quinta-feira, 1 de julho de 2010

Quem conta um conto...

Em mais um e espero melhor visualizado Quem conta um conto...
O conto A Hora.
Também de minha autoria e publicada no recanto das letras!

"A Hora"
'O escuro lhe sufocava, olhava ao redor e não via nem um feixe de luz, nem mesmo pelas arestas da porta, cogitava estar de olhos fechados, mas sabia que seus olhos estavam arregalados de medo. Ouvira um barulho de passos, embora sonolenta, sabia que não era alucinação. Ouvira bem perto de sua cama, esperou, ouviu novamente os passos pesados, arrastados.
Se sobressaltou, sentou encolhida na cama, o cobertor lhe envolvia, deicando apenas o rosto descoberto.
Esperou novamente, aflita, fez se silêncio. Começou a ser atacada por um pânico urgente, o ar lhe faltava aos pulmões, podia ouvir a batida do próprio coração preencher o silêncio, suava muito e o cobertor pareceu lhe panos recém tirados da água quente. Tremia em contrapartida, piscava agoniante sem enxergar nada, o ar estagnara, esquentava as narinas e tudo lhe parecia infernal.
Sentia empapar de suor as roupas que vestia, pousou as mãos no peito e pode notar que seu suor vertia fortemente. Conseguiu sentir escorrer água ao apertar a camiseta.
Silêncio. Pensava de forma confusa. Deveria acender a luz? Ou gritar? Corria o risco de passar vergonha gritando feito criança com medo de fantasmas, passou pela mente até culpar sua conversão ao espiritismo o medo que ganhara deles, mas calou. Procurou lembrar se de uma reza para essas horas, mas nem o pai nosso recordava. Sentiu fraquejar as pernas, passava quanto tempo retraindo os músculos em posição de feto? Não sabia. Mas passara metade da madrugada tomada pelo pânico, chegando quase a desmaiar por falta de ar.
Buscou coragem onde não tinha, colocou um pé fora no chão, apoiou as mãos na cama, uma poça molhava o colchão e o cobertor, preocupou se, desejava não ser urina, mas apenas o suor que minava exageradamente de seu corpo. Ficou em pé, um quente e denso fio de água percorreu lhe dos seios aos pés, sentindo empoçar nesses, sua face corou. No total escuro, tentou caminhar até o interruptor da luz, tropeçou em algo frio e grande, quase indo ao chão, teve de apoiar se nas portas do guarda roupas.'


Curioso para saber o final?!
Acesse o conto no Recanto das Letras: Clique Aqui e saiba o fim do conto A Hora.






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